Sunday, April 19, 2009

Cidadania activa e a construção europeia


O poder político refere muitas vezes que os cidadãos não têm formação nem competências para opinar sobre maioria das matérias relacionadas com a União Europeia (UE). Concordo plenamente que a cidadania deve ser exercida de forma responsável e esclarecida. Contudo, é bom referir que cabe ao poder político promover esse esclarecimento e o desenvolvimento de competências de literacia em informação europeia, para que cada cidadão possa conhecer a Europa e ser um elemento activo e responsável no processo de construção europeia. Este tipo de lamentações apenas contribuiu para manutenção do statu quo, o que é necessário é identificar os problemas e definir políticas capazes de quebrar as barreiras.

Neste capítulo é justo referir que o PSD é o partido português que mais tem contribuído para o processo de circulação de informação europeia – através do site PSD Na Europa, dos sites dos seus eurodeputados e da sua forte actividade, da produção de material informativo multimédia, digital e em suporte de papel, da promoção da formação de jovens (Universidade da Europa), pela constante presença em iniciativas e sessões de esclarecimento sobre a UE, etc.

Portugal tem tido níveis de abstenção muito elevados nas eleições europeias, dos mais altos juntos dos seus pares europeus. As eleições europeias que se avizinham poderão não ser excepção e a grande quantidade de novos recenseados pode contribuir negativamente para esta situação. Considero que no futuro deve ser criado um Instituto Nacional para a Cidadania Europeia.

É importante que o eleitorado perceba que a forte abstenção em Portugal fragiliza a nossa posição na UE; é importante que o eleitorado perceba que, ainda que indirectamente, cada um de nós contribuiu para o orçamento da UE; é importante que o eleitorado perceba que a UE tem impacto na sua vida e na vida do seu país; é importante que o eleitorado perceba que uma UE fortalecida favorece Portugal.

É importante que o eleitorado perceba que a UE e as eleições europeias são demasiado importantes para serem ignoradas. Tal como disse Jean Monnet, “mais do que unir os Estados, importa unir os Homens”.

2 comments:

  1. Sem duvida que as eleições europeias são bastante subvalorizadas. A UE parece uma coisa bastante distante ao comum cidadão, que não consegue ver grande implicação de posições ou politicas desta na sua vida.
    Parece-me que se fossem difundidos os orçamentos dos vários organismos que funcionam sobe a alçada da UE os cidadãos ficariam bastante surpreendidos...
    Penso que a questão geracional também é muito importante. Não convém esquecer que há cerca de 70 anos a Europa estava em guerra!!! Parece-me, ao contrário do que a maioria das pessoas acha, que já percorremos um longo longo caminho. Existe agora uma nova geração, que não tem as marcas de guerras anteriores, nem os medos da guerra fria, para a qual as distancias não existem devido á internet ou são grandemente encurtadas pelos voos low cost e que conta com experiências de migrações na UE, devido a programas como Erasmus ou Leonardo.
    Esta será a geração do futuro, e como foi dito por um Homem bem mais sábio que eu, o futuro começa hoje! O que traz mais um problema, o distanciamento dos jovens das actividades partidárias.
    Fica portanto o desafio duplo para os partidos e políticos, cativar o interesse dos jovens para uma cidadania activa, e partir das suas vivências(francamente globalizadas ou "europeizadas") como base de construção de uma Europa que parece mais real e próxima dos cidadãos...

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  2. Como complemento ao comentário anterior gostaria de referir que em 2005 a União Europeia dispôs de um orçamento de cerca de 120 mil milhões de euros.

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