Para este congresso de consagração do líder, onde Sócrates apresentará o projecto político com que vai concorrer para a próxima legislatura, o PS fez questão de convidar um populista semi-ditatorial – o Presidente Hugo Chávez. Porquê?
Se as fortes relações bilaterais entre Portugal e a Venezuela durante os últimos anos têm como objectivo e justificação, para além da grande comunidade de portugueses que vive naquele país, o interesse económico e a promoção das exportações portuguesas, este convite não pode ser justificado com estes motivos: este é um convite político, para um evento político do PS. Será que o PS tem apreço pelo modelo de governação de Chávez? Será que o PS entende que há uma convergência entre a política de Chávez e a política de Sócrates? A verdade é que Chávez é um populista de convicções democráticas duvidosas e, Sócrates, um propagandista frenético convencido que só existe um caminho para o país e que só ele conhece este caminho de salvação.
Curiosamente, no inicio desta semana o Partido Socialista abriu uma secção em Caracas. Será que um dos objectivos é importar o know how político venezuelano?