Saturday, February 21, 2009

Chávez convidado para o Congresso do PS

Sócrates foi reeleito secretário-geral do partido com uma esmagadora maioria de 96% de votos favoráveis. Esta vitória e este resultado fazem lembrar as vitórias dos esmagadores líderes ditatoriais africanos ou os resultados de uma eleição de Puttin na Rússia. É realmente notável que só apenas 4% dos militantes eleitores do PS tenham-se manifestado descontentes, através do voto branco ou nulo, com as políticas de Sócrates. Se não fossemos uma democracia supostamente madura implantada na União Europeia podia ser assustador…

Para este congresso de consagração do líder, onde Sócrates apresentará o projecto político com que vai concorrer para a próxima legislatura, o PS fez questão de convidar um populista semi-ditatorial – o Presidente Hugo Chávez. Porquê?

Se as fortes relações bilaterais entre Portugal e a Venezuela durante os últimos anos têm como objectivo e justificação, para além da grande comunidade de portugueses que vive naquele país, o interesse económico e a promoção das exportações portuguesas, este convite não pode ser justificado com estes motivos: este é um convite político, para um evento político do PS. Será que o PS tem apreço pelo modelo de governação de Chávez? Será que o PS entende que há uma convergência entre a política de Chávez e a política de Sócrates? A verdade é que Chávez é um populista de convicções democráticas duvidosas e, Sócrates, um propagandista frenético convencido que só existe um caminho para o país e que só ele conhece este caminho de salvação.
Curiosamente, no inicio desta semana o Partido Socialista abriu uma secção em Caracas. Será que um dos objectivos é importar o know how político venezuelano?

Friday, February 20, 2009

Quatro anos de governação socialista

O actual Governo derivou de uma maioria absoluta conquistada pelo PS nas últimas eleições legislativas. Ao fim de quatro anos este Governo teria tido condições para fazer importantes reformas em sectores chave da sociedade portuguesa. Não fosse a falta de qualidade da equipa governamental e a pobre visão da política do actual Primeiro-ministro, teria tido condições…

A verdade é que, fazendo uma retrospectiva, passando pelo sistema fiscal, pela educação e justiça este Governo não conseguiu promover reformas significativas. Na saúde foram dados alguns passos, foram estruturadas as redes de urgências e de maternidades, tendo sido encerradas algumas unidades que alegadamente não se justificavam o seu funcionarem. A verdade é que o processo terminou com a substituição do Ministro Correia de Campos, um sinal de fraqueza política que dificultou prosseguir com outras reformas.

Na área da Educação iniciou-se o processo de avaliação dos professores, processo que considero indispensável para melhorar o ensino pré-universitário. Contudo este processo, aos pés da forte contestação, foi caindo em simplificações, adiamentos e retrocessos.

A justiça portuguesa continua viscosa: lenta, estranha e descredibilizada. É sem dúvida um dos grandes problemas do nosso país, porque é um pilar fundamental do Estado democrático mas também porque condiciona todas as outras áreas (inibe o investimento estrangeiro, por exemplo).

Assim, passados quatro ano o Governo socialista não conseguiu aplicar as reformas. Aliás, diga-se que, numa altura em que está na moda dizer que não há diferença entre o PS e o PSD, uma das grandes diferenças entre os dois partidos é que o PSD tem um forte espírito reformista que o PS não tem.

Grande equipa...

Monday, February 2, 2009

Vinte e quatro

Vinte e quatro, o número de horas que estamos sempre a dizer que não chegam. O tempo é multidimensional: estende-se pelo que fizemos e pelo que não fizemos; pelo o que estamos a fazer e pelo que podíamos estar a fazer; pelo que vamos fazer e pelo que não vamos fazer.

O tempo é sempre pouco, mas pode ser maior. A palavra rentabilizar está na moda! Rentabilizar o tempo? - fazer o temos a fazer( e fazer ainda mais!), para que o passado seja cada vez maior… e para que o futuro tenha mais tempo.